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segunda-feira, 7 de março de 2016

O que queres ser quando cresceres?

Esta pergunta é feita vezes sem conta... Quase desde que me lembro. No outro dia entrei num blog, que vi algures e o post era sobre depressão. A depressão é uma doença silenciosa para os outros, mas uma barulheira para quem a vive! E o mesmo começou quando essa pessoa mudou de cidade e foi para a Faculdade. Pressão, o facto de estar longe de casa, talvez o curso que não fosse o desejado (não sei, digo eu)... E quando ''levemente '' decidimos o nosso curso, decidimos um futuro. Futuro esse que pode ser alterado, claro. Portanto quando aos 18 anos tive de optar pelo que queria... foi um desastre! Não sabia... Estive em três cursos diferentes, dois deles na faculdade, outro um curso profissional, que era pago e não financiado pelo Estado. Um curso privado que dava equivalência e tinha estágio. Acabei por não o terminar, porque arranjei uma proposta de trabalho fora na área que gosto. Mas primeiro que soubesse o que queria... Veio a frustração. Parecia que nada era o que queria. Nada me deixava feliz. E quando nós somos bons a fazer algo nunca o devemos fazer grátis! Se és bom programador, não o faças de graça. Se és bom a escrever, não o deves fazer grátis. Se és bom a pintar, idem aspas. Claro que para nós próprios podemos fazê-lo. Um blog, por exemplo, para muitas pessoas pode ser um trabalho, para outras um hobby. Eu levo isto como um hobby, até porque tenho consciência que não sou excelente nisto. Não assumo a responsabilidade de o fazer sempre. Faço quando quero, porque quando faço é por gosto, porque tenho vontade de publicar coisas. Não o faço por obrigação. Gosto de divagar na internet... Horas e horas a ver imagens de lifestyle, moda, maquilhagem... Gosto de escrever aqui (mas sem inspiração não escrevo!). Mas esta não é a minha vocação. Se me perguntarem se gostava de fazer disto vida: claro. Não me importava de escrever, procurar sempre imagens, investir em marketing para o blog, ter parcerias, visitar espaços, tirar fotografias, escrever artigos de opinião, viajar pelo Mundo. Era bonito sim, já o faço desde há muito muito tempo, mas nada numa escala grande. Já tive vários blogs e este foi o único que seguiu em frente. 



Mas o que gosto mesmo é de Restauração! Para mim é apaixonante o movimento que tem, o que está por trás, mise en place, reservas, gestão do mesmo, a forma como tudo muda rapidamente, o efeito surpresa, lidar com o stress, correria, receber os convidados. E esse gosto não se aprende. Nasce connosco. Não me formei academicamente, mas já tive alguma experiência, inclusive no estrangeiro. E o que vejo cá, particularmente, é que as pessoas quase são forçadas a ir para a Faculdade. Seguem um curso, sem saber bem, porque se tem de tirar um curso, porque é ''tendência'', porque os pais querem. Somos quase obrigados, porque ''vamos ter um futuro'' melhor. Atenção: isto não é assim com todas as pessoas (obvio!!!), mas com uma parte. Hoje em dia um curso profissional e experiência podem ser a chave. Já conheci tantas pessoas bem sucedidas, a ganharem muito mais do que cá, sem qualquer curso, a gerirem um grande espaço. Porque começaram do zero e foram evoluindo. Também confesso que a flexibilidade lá fora é diferente. Devia abandonar-se essa ideia de que a formação académica é tudo. Porque afinal, formação académica, estagiar de borla (desculpem mas sim!) e tentarem encontrar algo dentro da sua área, que depois acaba por nem sempre se concretizar. Devia haver mais abertura mental para as pessoas poderem fazer o que quisessem. Hoje em dia tanta pressão é colocada sobre cada pessoa que somos quase forçados a algo! Não pode ser assim.. Temos de descobrir o que somos mesmo bons e sim procurar oportunidades. Mostrar a nossa força de vontade de vencer, o nosso talento, a nossa capacidade de aprender rapidamente. 

Todos nós conseguimos atingir os nossos sonhos, basta apenas ter a certeza do que queremos e lutar por isso! E o que queremos ser é o que fazemos sem esforço. Acordar nem que seja às 6 h para ir trabalhar não é um esforço horrível quando se gosta. E esta historia de não saber o que se quer é tão comum nos 18 como nos 40. Nunca é tarde para mudar. Quantas pessoas trabalhavam num escritório, fechadas, quando no fundo o que queriam era ser criativas, ter um negocio onde pudessem criar? Tudo pode mudar. Basta primeiro saber a nossa vocação e depois ter muita força de vontade, sem desistir! 


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